quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Observação

Às vezes páro pra observar este sentimento que inquieta e ao mesmo tempo congela o ‘tempo’e ele que estava ali dentro, só esperando ser acionado, ‘pluft’!!! aflora por dentro da gente, que faz o coração aconchegar nas lembranças do ‘tempo’ que vivíamos compartilhando sonhos... Nem ideais eram, sonhos românticos de uma vida idealizada e nem passava pela cabeça que assim o eram. Mesmo assim é bom lembrar. Hoje já não comporta idealizar, pois a razão juntou-se com a experiência de vida vivida e acabou se.
O que posso colocar no lugar?? Não sei... vou procurar por agora, neste ‘tempo’. Poxa olhem só, estou vendo ela, a razão se enroscar novamente com o ideal romântico, saia já daí!!! Não posso mais...o tempo passou por fora e por dentro de mim.Estou agora aberta ao novo, que belamente se descortina aos meus olhos.

Pensando...

Tava pensando na poesia,
na valorização das emoções
de repente senti saudade de mim,
de amores fortuitos, de prazeres carnais, de VIDA!!!
Tava pensando em mim,
de repente senti saudade da poesia.
(Joyce Antonia - 01/04/09 - 13:07min)

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Por não estarem distraídos... (Clarice Lispector)

Havia a levíssima embriaguez de andarem juntos, a alegria como quando se sente a garganta um pouco seca e se vê que por admiração se estava de boca entreaberta: eles respiravam de antemão o ar que estava à frente, e ter esta sede era a própria água deles. Andavam por ruas e ruas falando e rindo, falavam e riam para dar matéria peso à levíssima embriaguez que era a alegria da sede deles. Por causa de carros e pessoas, às vezes eles se tocavam, e ao toque - a sede é a graça, mas as águas são uma beleza de escuras - e ao toque brilhava o brilho da água deles, a boca ficando um pouco mais seca de admiração. Como eles admiravam estarem juntos! Até que tudo se transformou em não. Tudo se transformou em não quando eles quiseram essa mesma alegria deles. Então a grande dança dos erros. O cerimonial das palavras desacertadas. Ele procurava e não via, ela não via que ele não vira, ela que, estava ali, no entanto. No entanto ele que estava ali. Tudo errou, e havia a grande poeira das ruas, e quanto mais erravam, mais com aspereza queriam, sem um sorriso. Tudo só porque tinham prestado atenção, só porque não estavam bastante distraídos. Só porque, de súbito exigentes e duros, quiseram ter o que já tinham. Tudo porque quiseram dar um nome; porque quiseram ser, eles que eram. Foram então aprender que, não se estando distraído, o telefone não toca, e é preciso sair de casa para que a carta chegue, e quando o telefone finalmente toca, o deserto da espera já cortou os fios. Tudo, tudo por não estarem mais distraídos.